Tragédia e Revolta: Menina de 5 anos morre após suposta negligência médica em Olho d’Água do Borges
A cidade de Olho d’Água do Borges, no interior do Rio Grande do Norte, amanheceu mergulhada em dor e indignação após a morte da pequena Lunna Alves, de apenas 5 anos e 9 meses, vítima de complicações de anemia falciforme e, segundo a família, de uma grave falha no atendimento inicial prestado pela Unidade Mista de Saúde Rita Elvira da Silva.
Lunna deu entrada na unidade de saúde do município no dia 15 de abril, acompanhada por sua mãe, Daniela Alves. Ainda consciente, a menina se queixava de dores intensas na garganta. Sabendo do histórico delicado da filha, que já havia enfrentado crises semelhantes, Daniela solicitou, de imediato, a transferência para Mossoró — cidade onde a menina já havia sido tratada anteriormente e que conta com bancos de sangue capazes de fornecer bolsas fenotipadas compatíveis com o perfil sanguíneo de Lunna.
Apesar dos apelos da mãe e da urgência do quadro clínico, a solicitação foi ignorada. A menina permaneceu na unidade de Olho d’Água do Borges por mais de duas horas sem a transferência solicitada. A decisão de não acionar Mossoró envolveu tanto o médico de plantão quanto a secretária municipal de Saúde, Gildenia Pinto, segundo relato da família.
A transferência só foi realizada após esse período, mas não para Mossoró. Lunna foi levada ao Hospital Regional Dr. Cleodon Carlos de Andrade, em Pau dos Ferros — unidade que, conforme denunciado, não dispunha das bolsas de sangue necessárias para o tipo de transfusão que a menina urgentemente precisava. O tempo perdido foi crucial. Sem o tratamento adequado e com o quadro agravado, Lunna não resistiu.
Negligência e pedido de justiça
A família acusa a equipe médica da Unidade Mista, a Secretaria Municipal de Saúde e a própria secretária Gildenia Pinto de negligência. Alegam que os pedidos da mãe foram ignorados, mesmo diante de um quadro de saúde que exigia ação rápida e específica.
Revoltados, os familiares afirmaram que irão acionar o Ministério Público para que o caso seja investigado com rigor. Uma das principais exigências é o afastamento imediato da secretária de Saúde durante o processo de apuração.
Comoção na cidade
A morte precoce de Lunna causou grande comoção entre familiares, amigos e moradores da cidade. Redes sociais foram tomadas por homenagens, mensagens de solidariedade e pedidos por justiça. A população, abalada, exige que os responsáveis sejam punidos e que nenhuma outra família precise passar por tamanha dor.
Lunna Alves deixa saudades eternas e um grito de revolta que ecoa por toda Olho d’Água do Borges. A cidade clama por justiça, por respostas e por mudanças no sistema de saúde local, para que tragédias como essa jamais se repitam.
Que Deus conforte a todos os que amaram Lunna e lutaram por sua vida. E que a justiça se faça presente, com verdade e responsabilidade.
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